quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Lá está ele, mais uma vez sentado no pier, olhando o horizonte.
Olhar refletido nas águas turvas do mar escuro.
Faz-se perder nas lembranças de um lugar distante.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Não vejo ninguém capaz de fazê-lo acordar.
De mostrar-lhe a importância em viver e não apenas sonhar.
De mostrar-lhe que só sonho não fará sua vida mudar.
Mas sim acelerar a chegada da morte.
Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.
Décadas, anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos que se vão.
O tempo não costuma ser generoso com ninguém.
Suas marcas ficam registradas em cada ser, em cada alguém.
Mas lá continua ele, sonhando á beira do pier com glórias que ele não tem.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Não vejo ninguém capaz de fazê-lo acordar.
Ele nem sente aproximar-se da iminente morte.
Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.
Ele age como um menino sorridente.
Com pais presentes para lhe render anseios.
Ele pensa que ainda é um adolescente.
Com direito de perder-se nestes loucos devaneios.
E a cada dia com uma força mais torrente, o tempo continua passar.
Mas nosso homem que já passou dos trinta, continua sentado no pier.
Sonhando com glórias que jamais saberá se poderia alcançar.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Onde estão amigos, parentes, amores?
Ou será ele quem não deixa que ultrapassem essa barreira de seus temores?
Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.
Apenas um pobre homem.
Marcadores: Poesias
2 Comentários:
Uma poesia cheia de reflexões. Um alguém esperando a sorte sem a sorte de saber viver.
A rima tá linda, adoro as rimas.
Parabéns também.
Beijoo grande Katherine.
Que bom que vc gostou do meu blog...
o teu tbm está soooo goood....
seu blog é bem novinho... sorte ao blog.