Contos, Pensamentos e Poesias - Katherine Lopes: setembro 2007

Lá está ele, mais uma vez sentado no pier, olhando o horizonte.
Olhar refletido nas águas turvas do mar escuro.
Faz-se perder nas lembranças de um lugar distante.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Não vejo ninguém capaz de fazê-lo acordar.
De mostrar-lhe a importância em viver e não apenas sonhar.
De mostrar-lhe que só sonho não fará sua vida mudar.
Mas sim acelerar a chegada da morte.

Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.

Décadas, anos, meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos que se vão.
O tempo não costuma ser generoso com ninguém.
Suas marcas ficam registradas em cada ser, em cada alguém.
Mas lá continua ele, sonhando á beira do pier com glórias que ele não tem.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Não vejo ninguém capaz de fazê-lo acordar.
Ele nem sente aproximar-se da iminente morte.

Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.

Ele age como um menino sorridente.
Com pais presentes para lhe render anseios.
Ele pensa que ainda é um adolescente.
Com direito de perder-se nestes loucos devaneios.
E a cada dia com uma força mais torrente, o tempo continua passar.
Mas nosso homem que já passou dos trinta, continua sentado no pier.
Sonhando com glórias que jamais saberá se poderia alcançar.
Onde estarão os compadecentes dessa alma sem sorte?
Onde estão amigos, parentes, amores?
Ou será ele quem não deixa que ultrapassem essa barreira de seus temores?

Um pobre homem que pensa ser rapaz.
Um pobre homem que ainda acha-se sagaz.
Um pobre homem que não sabe o que faz.
Apenas um pobre homem.

Marcadores: Poesias

domingo, 16 de setembro de 2007

Erro de Sentimento

O ser humano sem sombra de dúvidas é o animal mais complicado da natureza, ás vezes me pergunto se é realmente o mais sábio, em virtude de tantos absurdos que envolvem seu comportamento e a convivência entre os seres desta mesma espécie. No reino dos animais “irracionais” eles matam apenas para que possam se alimentar ou para se defender, só se envolvem com seres do sexo oposto a fim de procriar. Às vezes ate há algum envolvimento devido a um sentimento de cumplicidade que, quando não correspondido é facilmente transferido para outro. Porém, espalhadas pelo mundo milhares de animais “racionais” complicam coisas que aparentemente, mostram-se absurdamente simples como, por exemplo, seus sentimentos.
Ultimamente tenho convivido com pessoas que padecem por um “sentimento” de platonismo incoerente e infundado. Pessoas bonitas, jovens, inteligentes, que teimam em viver em função de alguém que visivelmente não corresponde seus sentimentos. Agora a pergunta que não quer calar: Porque você ama uma pessoa que não te retribui a mínima atenção? Porque amar um ser que não tem qualidades que possam te fazer feliz? A troco de que viver em função de um relacionamento que, só é real na sua imaginação? Nenhuma destas perguntas tem resposta.
Nós, seres humanos racionais e dotados de esplendorosa inteligência, confundimos sentimentos e tornamos nossa passagem nessa vida mais complicada do que ela realmente deveria ser. Já não bastassem as contas por pagar, os conflitos no trabalho, as ambições ainda não alcançadas, problemas de saúde, a perca de pessoas queridas pela morte, ainda temos que fazer uma salada de sentimentos e viver sofrendo pelos cantos por um motivo absurdo? Eu creio que não.
Certa vez vi uma entrevista com o estilista Clodovil, e ele deu uma resposta tão sensata ao repórter que adotei essa frase para minha vida. O repórter perguntou se ele já havia sofrido por amor, e sua resposta foi:
“-Eu? De forma alguma. Eu gosto de quem gosta de mim ou de quem mereça meus sentimentos. Gostar de quem não gosta de nós é doença”.
Sim, ele usou o adjetivo DOENÇA para esse erro de sentimento, e eu concordo plenamente. Basta pensar com o mínimo de lucidez nas perguntas que fiz no final do segundo parágrafo, e qualquer um verá que realmente é doentio viver sofrendo por alguém que não retribui seu amor.
Não sou uma pedra de gelo como alguns pensam, lembro que já sofri por amor, a última vez eu tinha 14 anos, depois disso nunca mais. Entro e saio de meus relacionamentos da forma como entrei, segura de mim, sem dever nada a outra pessoa, de cabeça erguida e por uma decisão tomada por mim e comunicada ao outro. Retribuo sentimentos que me são entregues, me apaixono ás 18hr e se vejo que não é um sentimento recíproco, ás 23hr já não estou mais apaixonada, é simples assim!
Para quem quiser a receita dessa segurança é bem simples:

2 colheres de sopa bem cheias de paixão pela família;
4 colheres de sopa de valor pelos amigos;
3 xícaras de chá de amor a vida;
4 xícaras de chá de amor próprio;
uma pitada de narcisismo;
6 xícaras de chá bem cheias de planos sólidos para o futuro.

Misture tudo com muita calma, e quando estiver homogêneo, beba de uma só vez. Garanto que não tem falha. Mas, se de alguma forma a pessoa ainda sofrer por amar quem não a ama, os psicólogos estão ai para isso, afinal, não fossem os animaizinhos humanos doentes, estes profissionais nem existiriam.

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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Recomeçando o blog

Aqui estou, postando novamente no meu, até então, adormecido blog. Eu tinha diversas postagens, mas bateu os famosos cinco minutos de loucura e deletei tudo. Não me arrependo, tudo aquilo fazia parte de uma fase da minha vida que já passou, e quem vive de passo é museu (novíssima essa). O post anterior a esse tem quase um ano, data exata de minha primeira publicação neste blog.

A partir de agora farei atualizações semanais, já que mal tenho tempo de respirar, não posso comprometer-me a publicar posts diários.
Muita coisa mudou na minha vida, e tudo mudou pra melhor.
Notícias velhas:

Estou fazendo faculdade de Produção Multimídia desde o começo do ano,

Estou solteira,

Estou bem mais magra,

Estou abarrotada de trabalho.

Estou baladeira demais.

Notícias quentinhas:

Ando trabalhando em 3 projetos de sites que me farão um bem ao ego imenso, o primeiro é o meu site pessoal que estou reformulando para as três versões básicas (para deficiente visual, em html e em flash) um hábito que deveria ser padrão para todos os webdesigners, mas isso fica para um próximo post.

Estou fazendo o site da Casa da Visão, uma instituição que atende deficientes visuais.

E estou trabalhando no site “As Pensadoras.com” que dará muito buchicho quando ficar pronto, mas isso também fica para um próximo post.

Tenho tantos textos para publicar, sinopses de histórias que estou escrevendo, poesias que escrevi em momentos raros de inspiração romântica, passagens engraçadas, enfim, conteúdo não faltará, aguardem.

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